A ortografia é um aspecto fundamental da língua portuguesa, e seu domínio pode fazer toda a diferença em situações cruciais, como a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Embora os corretores ortográficos digitais tenham facilitado a escrita online, é essencial desenvolver habilidades para lidar com desafios que exijam a redação manual, como provas e exames.
Neste artigo abrangente, exploraremos os 08 erros ortográficos mais comuns e forneceremos estratégias práticas para evitá-los. Desde a distinção entre palavras homófonas até a correta utilização de preposições, cada seção oferecerá exemplos claros e dicas valiosas para aprimorar suas habilidades de escrita.
1. Mas x Mais: Diferenciando a Conjunção Adversativa do Advérbio de Intensidade
Uma das armadilhas ortográficas mais comuns envolve as palavras “mas” e “mais”. Embora tenham pronúncias semelhantes, seus significados e usos diferem consideravelmente.
“Mas” é uma conjunção adversativa utilizada para contrastar ideias ou expressar oposição entre partes de uma frase. Por outro lado, “mais” é um advérbio de intensidade ou quantidade, indicando aumento ou acréscimo.
Exemplos:
- Eu desejo praticar mais, mas o tempo é escasso.
- Gostaria de uma porção mais generosa de sorvete, por gentileza.
- Aprecio assistir à televisão, mas prefiro a leitura de livros.
Dica: Lembre-se de que “mas” introduz uma ideia contrária, enquanto “mais” enfatiza uma quantidade maior.
2. Menos x Menas: A Inexistência de uma Palavra Fantasma
Outro erro comum é a utilização incorreta da palavra “menas”. Na verdade, essa palavra não existe na língua portuguesa. O correto é utilizar “menos”, um advérbio de quantidade ou intensidade que indica uma quantidade menor em relação a algo ou uma comparação negativa.
Exemplos:
- Havia menos carne no prato dele do que no meu.
- Ela possuía menos moedas do que o necessário para pegar o ônibus.
- Hoje me sinto menos ansiosa do que ontem.
Dica: Exclua “menas” completamente do seu vocabulário e utilize apenas “menos”.
3. Meia x Meio: Distinguindo entre Peça de Vestuário, Fração e Advérbio
A distinção entre “meia” e “meio” é outro ponto de confusão frequente. “Meia” pode ser um substantivo feminino referindo-se a uma peça de vestuário ou um numeral fracionário representando a metade de algo.
Por outro lado, “meio” pode ser um substantivo ou um advérbio, indicando uma condição intermediária ou incompleta.
Exemplos:
- Preciso comprar alguns pares de meia.
- São meio-dia e meia.
- Estamos no meio da rua.
- Ela está meio cansada.
Dica: Lembre-se de que “meia” é uma peça de vestuário ou uma fração, enquanto “meio” é uma condição intermediária ou incompleta.
4. Agente x A gente: Diferenciando o Substantivo da Expressão Informal
Outra distinção importante é entre “agente” e “a gente”. “Agente” é um substantivo que se refere a uma pessoa que executa uma ação ou desempenha uma função específica, como um agente comunitário ou um agente de trânsito.
Por outro lado, “a gente” é uma expressão informal utilizada como sinônimo do pronome “nós” na linguagem cotidiana.
Exemplos:
- João passou no concurso e agora é agente comunitário.
- A gente vai prestar o concurso para agente de trânsito.
- Maria, você quer ir ao cinema com a gente?
Dica: Lembre-se de que “agente” se refere a uma função ou profissão, enquanto “a gente” é uma expressão informal equivalente a “nós”.
5. Mal x Mau: Distinguindo o Advérbio do Adjetivo
As palavras “mal” e “mau” são homófonas, ou seja, têm pronúncias semelhantes, mas significados distintos. “Mal” pode ser um advérbio, um substantivo ou uma conjunção, indicando maneira inadequada, doença ou mal-estar, ou uma relação temporal.
Por outro lado, “mau” é um adjetivo utilizado para descrever algo ou alguém que é ruim, nocivo ou de má qualidade.
Exemplos:
- Ela falou mal de você.
- O mal que isso causou foi imenso.
- Mal chegou ao cinema, ela já passou mal.
- Ele é um mau aluno.
- Aquela atitude foi muito má.
Dica: Lembre-se de que “mal” é antônimo de “bem”, enquanto “mau” é antônimo de “bom”.
6. Sobre x Sob: Distinguindo Posições Opostas
As preposições “sobre” e “sob” são frequentemente confundidas, mas indicam posições opostas. “Sobre” indica uma posição superior ou um assunto, enquanto “sob” indica uma posição inferior ou algo que está embaixo.
Exemplos:
- O livro está sobre a mesa (posição superior).
- O cachorro está sob a cama (posição inferior).
- Vamos conversar sobre o projeto (assunto).
Dica: Lembre-se de que “sobre” está relacionado a “em cima”, enquanto “sob” está relacionado a “embaixo”.
7. Em cima x Embaixo: A Importância da Separação e Junção
Outro erro comum envolve a separação ou junção das palavras “em cima” e “embaixo”. A regra é: “em cima” é escrito separado, enquanto “embaixo” é escrito junto.
Uma dica útil é fazer um “V” de vitória com os dedos indicador e médio. Assim como as palavras, em cima os dedos estão separados, já embaixo eles estão juntos.
Exemplos:
- O cachorro estava em cima da cama.
- O gato se escondeu embaixo do sofá.
Dica: Lembre-se de que “em cima” é separado, enquanto “embaixo” é junto.
8. Nada a ver x Nada haver: A Expressão Correta
A expressão “nada haver” é incorreta em português. A forma correta é “nada a ver”, que significa que algo não tem relação ou conexão com outra coisa.
Exemplos:
- Isso não tem nada a ver com o que estamos discutindo.
- Essa blusa não tem nada a ver com essa calça.
Dica: Evite utilizar “nada haver” e opte sempre por “nada a ver”.
Você pode superar esses desafios ortográficos
Dominar a ortografia é uma habilidade essencial para a comunicação eficaz e o sucesso em avaliações importantes, como a redação do Enem. Ao compreender e evitar os 10 erros ortográficos mais comuns abordados neste artigo, você estará um passo à frente no aprimoramento de suas habilidades de escrita.
Lembre-se de que a prática constante e a revisão cuidadosa dos textos são fundamentais para consolidar o conhecimento ortográfico. Não hesite em consultar recursos confiáveis, como dicionários e guias de estilo, sempre que tiver dúvidas.
Com dedicação e perseverança, você pode superar esses desafios ortográficos e elevar seu desempenho na redação do Enem e em outras situações que exijam uma comunicação escrita impecável.
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