O governo federal exibiu um guia oficial voltado ao uso responsável de dispositivos eletrônicos, com foco em smartphones, por crianças e adolescentes. Segue algumas orientações para familiares, cuidadores e educadores, servindo como base para políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção aos jovens.
O guia apresenta recomendações e destaca os riscos do ambiente digital, abrangendo desde o uso excessivo até a exposição a práticas de violência ou a crimes de vitimização. A iniciativa visa ser abrangente, considerando a diversidade das famílias brasileiras, e aborda não apenas o tempo de uso, mas também os diferentes tipos de utilização dos aparelhos eletrônicos.
Para Crianças e Adolescentes
- Crianças com menos de dois anos não devem se expostos as telas e aparelhos digitais.
- Menores de 12 anos não devem ter smartphones próprios.
- O uso de aplicativos, redes sociais e dispositivos eletrônicos durante a adolescência (12 a 17 anos) deve ocorrer com acompanhamento familiar ou de educadores.
- O acesso a redes sociais deve respeitar a faixa etária indicada pela classificação.
Para Escolas
- Avaliar cuidadosamente o uso de aparelhos como celulares ou tablets para fins pedagógicos na primeira infância, evitando seu uso individual pelos estudantes.
- Evitar atividades educacionais que incentivem o uso de celulares pessoais e a utilização de aplicativos de mensagem por crianças menores de 12 anos.
Riscos Associados ao Ambiente Digital
O guia alerta para diversos riscos associados ao uso de dispositivos eletrônicos e internet por jovens:
- Acesso a conteúdos impróprios
- Abuso e exploração sexual
- Exposição a pessoas desconhecidas e predadores sexuais
- Riscos à privacidade
- Cyberbullying
- Racismo algorítmico
- Deepfakes e “sextorsão”
- Golpes financeiros
- Exposição à comunicação mercadológica
- Trabalho infantil
- Jogos de apostas online
- Exposição à desinformação
- Contato com bolhas informacionais, discursos de ódio, grupos radicais ou extremistas
Educação Digital e Midiática
O guia destaca a importância da educação digital e midiática tanto para crianças e adolescentes quanto para adultos. As escolas precisam incorporar esse tema em seus currículos, capacitando os jovens a interagir com o ambiente digital de maneira mais segura e consciente.
A formação regular e formal nas escolas para lidar com essas questões é necessário, para capacitar os jovens para os desafios do mundo digital.
Papel dos Familiares e Educadores
O guia foca na importância de familiares e professores conhecerem o ambiente digital em que as crianças estão imersas. Muitas das interações e conteúdos acessados nos dispositivos individuais não são visíveis a olho nu, tornando essencial que os adultos responsáveis estejam familiarizados com as plataformas e aplicativos utilizados pelos jovens.
Regulação das Redes Sociais
Um ambiente regulado permitiria lidar com os riscos sistêmicos ligados à atividade econômica das plataformas digitais, estabelecendo obrigações para atenuar riscos relacionados à saúde mental e segurança dos jovens usuários.
Impacto na Educação
O uso excessivo de celulares tem causado impacto significativo na educação de crianças e adolescentes nas escolas. A nova lei que restringe o uso de smartphones durante as aulas busca reduzi as distrações e melhorar o ambiente de aprendizagem.
Estratégias para Famílias
O guia oferece estratégias para que as famílias possam lidar com o uso de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes:
- Definir regras claras sobre o tempo e os momentos de uso dos dispositivos.
- Criatividade em formar espaços e momentos livres de telas em casa.
- Incentivar atividades ao ar livre e interações sociais presenciais.
- Discutir de forma transparente os prós e contras do uso da internet.
- Usar ferramentas de controle parental com clareza e diálogo aberto.
Papel do Setor Empresarial
O documento ressalta a responsabilidade das empresas de tecnologia na criação de um ambiente digital mais seguro para crianças e adolescentes. Algumas recomendações incluem:
- Criar produtos e serviços priorizando a segurança e o bem-estar dos usuários jovens.
- Implementar sistemas eficazes de verificação de idade.
- Oferecer opções de configuração de privacidade adequadas para diferentes faixas etárias.
- Colaborar com pesquisadores e autoridades para entender e mitigar os impactos negativos do uso excessivo de tecnologia.
Desafios na Implementação
A implementação efetiva das orientações do guia enfrenta diversos desafios:
- Resistência por parte de alguns setores da indústria tecnológica.
- Dificuldades na aplicação de medidas regulatórias e na fiscalização.
- Necessidade de adaptação constante devido à evolução tecnológica.
- Variações culturais e socioeconômicas que afetam o acesso e uso de tecnologia.
- Equilíbrio entre proteção e autonomia dos jovens no ambiente digital.
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