O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) projeta um efeito significativo na criação de empregos no Brasil em 2024. De acordo com declarações do presidente da instituição, Aloizio Mercadante, a expectativa é de que 1,12 milhão das 1,5 milhão de novas vagas previstas para este ano sejam diretamente resultantes dos recursos repassados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ao BNDES.
Esta projeção foi revelada durante a abertura do seminário “Desenvolvimento e Mundo do Trabalho – Desafios para Políticas Públicas”, realizado no Rio de Janeiro no dia (26) deste mês. O evento, uma parceria entre o BNDES, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Centrais Sindicais e a Fundação Friedrich Ebert (FES), reuniu autoridades, especialistas e estudiosos nacionais e internacionais para debater os desafios atuais e futuros das relações trabalhistas.
O Papel Importante do FAT e o Compromisso do BNDES Na Geração de Empregos
Ao destacar os números, Mercadante enfatizou a importância fundamental do FAT para as operações do BNDES. Ele ressaltou que o Banco desempenha um papel essencial na atração de investimentos para o país, fortalecendo a indústria, ampliando o mercado de consumo de massa e, consequentemente, impulsionando a geração de empregos.
“Agradeço aqui o Conselho do FAT aqui presentes, aos trabalhadores que participam do FAT, que acompanham, defendem e compreendem esse papel. No ano passado geramos aqui no BNDES, com os nossos investimentos, 1,27 milhão de empregos, dos quais 1 milhão vieram diretamente dos recursos que o FAT permite ao BNDES financiar”, declarou Mercadante.
Ele reforçou o compromisso do BNDES com a agenda contemporânea dos direitos dos trabalhadores, enfatizando a proximidade com as Centrais Sindicais na construção de um Brasil mais solidário, generoso e fraterno.
Valorização Salarial e Negociação Coletiva Fortalecida
Alinhado com essa perspectiva, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou a importância de estimular uma negociação coletiva fortalecida e valorizada, beneficiando todos os trabalhadores. Ele enfatizou a valorização salarial como ponto fundamental no combate à pobreza, à vulnerabilidade e à precarização das ofertas ao trabalhador brasileiro.
“Alerto às Centrais Sindicais que o momento é de pensar numa política nas negociações e convenções para debate sobre aumento real de salário, em especial nos pisos salariais”, frisou Marinho.
O ministro adiantou que os resultados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a serem divulgados em breve, trarão números bastante positivos, com destaque para a geração de empregos nos sete primeiros meses deste ano, especialmente na indústria, que já superou o total de 2023.
O desafio da Inteligência Artificial no mundo do trabalho
Outro tema proeminente nos debates do seminário foi o crescimento da utilização da Inteligência Artificial (IA) em substituição à mão de obra humana. Durante o painel “Desafios do novo mundo do trabalho”, moderado pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, especialistas internacionais compartilharam insights sobre o impacto da automação nos empregos.
Profissionais de apoio administrativo em risco
Jeanine Berg, economista sênior do Departamento de Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Suíça, apresentou dados alarmantes. A categoria mais ameaçada pela automação do trabalho é a dos profissionais de apoio administrativo, com 82% de exposição ao risco de perder seus empregos – desses, 24% são de alto risco e 58% de risco médio.
Em comparação, a próxima categoria mais ameaçada, a dos técnicos, soma apenas 27% de exposição à perda de postos de trabalho, sendo 2% de alto risco e 25% de risco médio.
A importância da voz dos trabalhadores
Para Thomas Kochan, do MIT Sloan School of Management, dos Estados Unidos, a tecnologia só não irá substituir os trabalhadores assalariados se estes conseguirem ter mais voz em todas as fases de desenvolvimento e utilização da IA.
“É preciso desenvolver políticas nacionais e padrões trabalhistas internacionais que criem diretrizes para proteger justamente os trabalhadores mais vulneráveis da nossa sociedade”, resumiu ele.
O papel dos Sindicatos na representação dos trabalhadores
Clemente Ganz Lucio, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais do Brasil, reforçou mais uma vez o papel importante dos Sindicatos como representantes legítimos e mais adequados para os trabalhadores. “É a única organização capaz de realizar acordo com poder de Lei para um coletivo de profissionais”, disse ele.
Efeitos econômicos dos investimentos do BNDES
Ao fortalecer a indústria e estimular o consumo de massa, o Banco contribui para o crescimento econômico, a arrecadação de impostos e o desenvolvimento sustentável do país.
Parcerias estratégicas para o desenvolvimento
O seminário “Desenvolvimento e Mundo do Trabalho – Desafios para Políticas Públicas” evidenciou a importância das parcerias estratégicas entre o BNDES, o governo, as Centrais Sindicais e outras instituições relevantes. Essa colaboração é fundamental para a construção de políticas públicas eficazes que promovam o desenvolvimento econômico e social, protejam os direitos dos trabalhadores e enfrentem os desafios emergentes do mundo do trabalho.
Capacitação e qualificação profissional
Diante dos avanços tecnológicos e da automação, a capacitação e a qualificação profissional tornam-se essenciais para garantir a empregabilidade dos trabalhadores. Nesse sentido, o BNDES e outras instituições parceiras podem desempenhar um papel importante no investimento em programas de treinamento e educação continuada, preparando a força de trabalho para o futuro.
Perspectivas futuras Ainda Em 2024
Embora as projeções para 2024 sejam promissoras, é importante reconhecer que o BNDES e seus parceiros enfrentarão desafios contínuos no futuro. A evolução tecnológica, as mudanças no mercado de trabalho, as questões ambientais e as transformações socioeconômicas exigirão adaptação constante e estratégias inovadoras para promover o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos de qualidade.
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