O uso do hífen sempre gerou dúvidas entre os falantes da língua portuguesa. Com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde 2009 no Brasil, algumas dessas dúvidas foram resolvidas, enquanto outras continuam exigindo atenção redobrada. O objetivo do acordo foi unificar a escrita dos países que falam português, simplificando algumas regras gramaticais. Uma das áreas mais impactadas foi justamente o uso do hífen.
A seguir, veja como ficaram as regras do hífen após a reforma ortográfica, com exemplos práticos e explicações simples para facilitar o entendimento!
Uso do hífen com prefixos
Quando usar o hífen
Deve-se usar o hífen:
- Quando o prefixo termina com a mesma vogal com que se inicia o segundo elemento: anti-inflamatório, micro-ondas, auto-observação;
- Quando a segunda palavra começa com a letra h: anti-higiênico, sobre-humano, sub-hepático;
- Com prefixos tônicos como pré, pró e pós, desde que o segundo termo seja separado semanticamente: pré-escola, pró-africano, pós-graduação;
- Sempre com recém, ex e vice: recém-casado, ex-presidente, vice-governador;
- Com mal, antes de l, h ou vogal: mal-estar, mal-humorado, mal-acabado;
- Com bem, quando indicar qualidade: bem-humorado, bem-sucedido, bem-estar.
Quando não usar o hífen
Escreve-se sem hífen:
- Quando o prefixo termina em vogal diferente da primeira letra da segunda palavra: autoescola, agroindustrial, aeroespacial;
- Quando a palavra começa com r ou s, duplicando a consoante: antirreligioso, contrassenso, microssistema;
- Com prefixos não tônicos: coordenar, prever, reeleição, pospor;
- Quando a segunda palavra é uma locução ou expressão consagrada sem hífen: não governamental, bem aplicado, mal feito.
Hífen em palavras compostas
Quando manter o hífen
Mantém-se o hífen:
- Quando a primeira palavra representa uma função ou cargo: diretor-geral, editor-chefe, primeira-dama;
- Em compostos com sentido próprio, com ou sem elemento de ligação: salário-mínimo, couve-flor, joão-de-barro, guarda-chuva;
- Nos adjetivos pátrios compostos: luso-brasileiro, anglo-saxão, norte-americano;
- Em nomes geográficos compostos com verbos ou elementos como grã/grão: Passa-Quatro, Grã-Bretanha, Entre-os-Rios.
Quando perder o hífen
- Quando a expressão perdeu a ideia de composição: girassol, pontapé, paraquedas;
- Em locuções com preposição ou expressões idiomáticas: mão de obra, dia a dia, olho de sogra;
- Com exceções consagradas: à queima-roupa, ao deus-dará, mais-que-perfeito.
Casos especiais
Palavras iniciadas por “sem”
Usa-se hífen quando a formação indica composição clara: sem-teto, sem-terra, sem-vergonha.
Cargos e hierarquias
- Com hífen: tenente-coronel, procurador-geral, diretor-presidente;
- Sem hífen: general de exército, brigadeiro do ar.
Gentílicos
Sempre com hífen em nomes compostos: belo-horizontino, sul-rio-grandense, santa-mariense.
Onde consultar as regras atualizadas?
Para consultas oficiais e atualizadas, o site da Academia Brasileira de Letras (ABL) disponibiliza o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Além disso, plataformas como o Blog do Bizu oferecem conteúdos que explicam regras da Língua Portuguesa de maneira fácil de entender.
Vale a pena decorar todas as regras?
Nem sempre. Compreender os princípios gerais e ter acesso fácil a fontes confiáveis é o melhor caminho. Decorar todas as exceções pode ser muito complicado. Ter bons exemplos em mente ajuda mais do que memorizar listas.
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